domingo, 28 de março de 2010

Desemprego: Agravado pela demagogia

 
Qualquer pessoa bem informada conhece uma coisa chamada avanço tecnológico. Sabe, também, que desde os primórdios o homem procurou desenvolver inventos que facilitassem o seu trabalho que, inicialmente era todo feito com o uso das mãos auxiliado por instrumentos feitos com pedras.
Depois que inventaram instrumentos feitos com ferro, a mão de obra ficou mais simples e coisas que, antes, demoravam longo tempo, passaram a ser feitas em menos tempo. Depois que inventaram o automóvel, já não foi mais necessário o uso de animais puxando charretes. Não poderia haver retrocesso.
Observemos realidades mais próximas:
Não faz muito tempo, havia necessidade de mão-de-obra para cortar lenha, transportar lenha e vender lenha. Com o advento do fogão a gás, essa mão-de-obra deixou de existir.
Existia o alfaiate. Com o advento das máquinas automáticas que recortam e costuram milhares de roupas, em série, em alta velocidade, acabou esta profissão. As pessoas encontram roupas prontas, nas suas exatas medidas, em lojas, à vontade.
Os bancos necessitavam de muitos funcionários para as suas operações. Com o advento dos terminais eletrônicos, uma agência bancária funciona com apenas duas ou três pessoas no caixa e mais umas quatro ou cinco na retaguarda. O banco funciona 24 horas sem precisar de funcionário nenhum.
Hoje compramos e pagamos uma passagem aérea, pela internet, sem necessidade de usar nenhuma mão-de-obra humana. Já chegamos ao aeroporto e vamos direto para o “check in”.
Quanta e quanta mão-de-obra humana deixou de existir, por conta da internet, da máquina de lavar e de secar roupas, máquina de lavar louças, máquina de passar, máquina de fazer pão em casa, vaporeto, facas elétricas... etc. etc. etc.
Quem não se lembra de algo que, muito recentemente, existia em tudo quanto é canto, que era a loja onde a gente levava os nossos filmes para revelar as fotografias? Outra mão-de-obra que “já era”, porque ninguém revela mais filme hoje, com o advento das câmeras digitais. A gente só imprime a foto se quiser, mesmo assim em nossa casa, nas impressoras ligadas ao nosso computador, bastando ter o papel apropriado.
Os exemplos são inúmeros e não é necessário eu relacioná-los, porque qualquer leitor sabe identificá-los, facilmente, e não é preciso concordar ou deixar de concordar comigo, para perceber a razão do que eu escrevo.
Queiram ou não os demagogos, a mão-de-obra humana vem sendo substituída pela máquina e pela tecnologia, cada vez mais, e é impressionante o que aparece a todo momento, nas feiras UDs, no mundo todo.
Nem guarda de trânsito é mais preciso para multar, porque a tecnologia das câmeras está aí para alimentar a indústria das multas, a mais vergonhosa prática de extorsão governamental que já se viu.
 
Mas... E daí?
 
E daí nós nos vemos diante de políticos, movidos pelas demagogias explícitas e descaradas, vir aos palanques para prometerem milagres, no campo do emprego, iludindo a população com conversas fiadas, em cima de alguma coisa que não mais é possível ter retrocesso.
Como podem subestimar tanto a inteligência da população, embora a grande maioria do universo populacional é constituída por pessoas de inteligência atrofiada, sem capacidade de observar e discernir, a ponto de enxergar uma realidade desta?
Esta coisa chamada “povo”, no Brasil, que é vista somente como eleitor, não faz o menor esforço em sair da burrice e, por conta disto, os canalhas deitam e rolam, fazem o que querem, e se perpetuam no poder.
O desemprego em massa é uma realidade proporcionada pela tecnologia, mas agravada pela demagogia, em nosso País.
 
A estupidez e a palhaçada dos sindicatos e das leis trabalhistas
 
Nenhuma criatura humana, imbuída de princípios morais elevados e possuidora de princípios elementares de justiça, pode ser contra as iniciativas que coíbam a exploração do trabalhador, o trabalho excessivo e sem descanso, nem qualquer tipo de trabalho escravo.
Qualquer sistema de governo digno, e justo, estabelece leis e estrutura de vigilância que age rigorosamente em cima de todo e qualquer empresário que, de fato, explora o cidadão comum ou expõe a condições sub-humanas e desgastante, do ponto de vista físico e moral, o verdadeiro trabalhador.
Mas, também, governo nenhum, de país sério, estabelece esquemas para proteger vagabundos e ladrões, qualificando-os como “trabalhadores brasileiros”, estimulando-os a continuar na vagabundagem e na prática da desonestidade, blindados por legislação demagoga e politiqueira.
Qualquer pessoa sensata sabe, sim, que ainda existem empresários que são seres humanos de nível espiritual atrasado, que ainda se comportam como senhores de engenho, movidos pelo orgulho e a prepotência, se achando no direito de humilhar os seus empregados, de explorá-los, e só não levam alguns para serem chicoteados porque sabem das conseqüências que terão no país de hoje.
Mas daí a considerar que todos os empresários são assim, que estão nesse nível espiritual, que exploram empregados e que os tratam como nos regimes de escravidão, há uma diferença muito grande.
Esta é a realidade do Brasil, onde sindicato passou a ser uma indústria para muito líder vagabundo ganhar muito dinheiro, sem o menor compromisso com a verdadeira JUSTIÇA.
 
O Brasil é um país que protege ladrões e vagabundos, sob o rótulo generalizado de "trabalhadores",
mas não tem qualquer incentivo para o verdadeiro trabalhador, aquele que é honesto, digno, decente e produtivo.
  
Somos um país onde, para a legislação trabalhista e para os sindicatos, todos os empresários são considerados bandidos, exploradores e verdadeiros inimigos daqueles que eles chamam de “trabalhador brasileiro”.
Não há discernimento e o mínimo de inteligência para discernir o que é joio e o que é trigo.
Sistema trabalhista digno, honesto e inteligente estabelece-se em padrões que estimulam, protegem, defendem e estimulam o trabalhador honesto, competente, digno, produtivo e eficiente, para que esse tipo de comportamento seja imitado por todo mundo, ao mesmo tempo adotando posturas enérgicas, duras e punitivas ao trabalhador ladrão, safado, enganador, preguiçoso e desonesto, para que este modelo de comportamento não seja mais repetido por ninguém.
No Brasil não é assim.
A nossa lei trabalhista e a onda sindical estabelece, na prática, que funcionário de empresa nenhuma precisa ter compromisso com dignidade, honestidade, caráter, vergonha na cara, decência e postura íntegra, porque estará sempre protegido por um sindicato qualquer, já que a sua condição de eleitor é o que é relevante, deve ser tratada com muito cuidado e muito carinho.
Qualquer bandido pode faltar ao trabalho e apresentar atestado médico fajuta, que os seus “direitos” estarão garantidos, pela proteção do sindicato e da ultrapassada e inconseqüente CLT.
Se quiser roubar uma empresa, pode roubar a vontade, sem preocupações, na certeza de que terá sempre um advogado para dizer, na “justiça” do trabalho, que o patrão está mentindo, quanto a alegação de roubo, e que o pobre coitado do trabalhador indefeso está sendo vítima de perseguição.
O empresário tem que provar tudo, o empregado, mesmo sendo ladrão, não precisa provar nada.
Ande de taxi, em São Paulo, por exemplo, e experimente pedir o recibo ao motorista. Você sempre vai ouvir: “Quer o recibo no valor real, ou quer a mais?”.
Caracteriza-se aí o número incontrolável de roubos, que as empresas não têm como coibir e que o sistema sindical finge que não sabe.
O mesmo ocorre com recibos de restaurantes ou qualquer outro, neste que é o país do superfaturamento, sempre praticado para roubar alguém e muita gente finge que não vê.
Vivemos numa cultura tão absurda, em relação a isto, que se depender dos sindicatos, o brasileiro não precisará ir trabalhar, mas a empresa deve ter a obrigação de pagar o seu salário. Se a visão sindical pudesse, empreenderia uma luta para diminuir cada vez mais a carga horária de trabalho na semana, e não duvidem se aparecerem projetos desses supostos defensores do “povo brasileiro” para acabar com o trabalho na sexta-feira; alguns anos depois, acabarão com o trabalho na quinta, na quarta e chegará um tempo que, talvez, admitirão trabalho em apenas um dia na semana. E que se danem as empresas.
Com o andar da dessa onda, a qualquer momento aparecerá algum para propor, no congresso, que o “trabalhador” tenha férias no mês do seu aniversário; depois virá outro para instituir o 14º salário, em julho, depois outro para argumentar que o “trabalhador”, marido da mulher que acabou de ter neném, também deva ficar em casa, 6 meses, sem trabalhar, porque ele também acorda de madrugada com o choro do bebê. E a empresa que se lasque.  
A chamada “justiça do trabalho” é uma instituição constituída por magistrados bem intencionados, porém legislando em cima de um código estúpido, ultrapassado, desatualizado e extremamente pautado na demagogia e até na proteção a bandidos.
É, por conta disto, uma das maiores responsáveis pelo elevado índice de desemprego no país, embora muitos fingem que não vêem.
A burrice da coisa trabalhista no Brasil chega a uma estupidez tão grande, a ponto de contrariar a lógica da Física e da Matemática.
Qualquer ser racional sabe, por exemplo, que só se pode retirar água de uma torneira, se entrar água na caixa d’água, que a alimenta, não é verdade? Isto é óbvio e indiscutível.
Alguém consegue realizar o milagre de obter essa água, sem a alimentação da caixa?
No sistema trabalhista brasileiro esta racionalidade não existe. A figura do empresário tem que fazer milagre, de qualquer maneira, para pagar, tenha ou não tenha dinheiro, ele que se dane.
Se uma pequena empresa é assaltada, por exemplo, sendo roubado todo o seu dinheiro, o sistema trabalhista diz a ela: “Quero que você se lasque, dê seu jeito para arrumar dinheiro para pagar o seu funcionário, sob pena de acabarmos com a sua vida”.
Não importa se ela é vítima de enchente, desabamento, incêndio, queda nas vendas, vítima de concorrência desleal e até roubos praticados pelos seus próprios funcionários. Dane-se! Não importa se tem água na caixa d’água, porque na torneira tem que sair, de qualquer jeito.
A coisa chega ao extremo da estupidez.
Veja como a coisa se processa na “justiça” do trabalho:
Se um “trabalhador” brasileiro entra com uma ação contra alguma empresa, dizendo e alegando o que quer e bem entende, esse pode se dar ao luxo de faltar a audiência, sem problema nenhum. Basta entrar novamente, sem maiores preocupações. Mas se o empresário faltar, ou chegar, um minuto sequer, atrasado, mesmo por força maior, é condenado à revelia, sem poder, NUNCA MAIS, recorrer, sem qualquer direito de defesa, porque não pode mais falar nada.
Se um “trabalhador” (mesmo sendo ladrão) perder uma ação, o que é raro, ele poderá recorrer, tranquilamente, sem precisar gastar nada, mas se o empresário perder, para recorrer ele tem que pagar caro, tenha ou não tenha dinheiro, mesmo que tenha sido roubado e perdido tudo.
Na visão sindical e da legislação trabalhista, qualquer cidadão brasileiro que tiver um CNPJ, necessariamente é rico, está muito bem de vida, tem muito dinheiro investido em banco, é possuidor de grande patrimônio, vive em mansão e nunca está sujeito a problema nenhum.
Na verdade, dar emprego a alguém no Brasil, hoje, é uma bomba de efeito retardado.
Qualquer assassino, traficante ou praticante de crime hediondo tem todos os direitos de defesa, no Brasil e, caso seja preso, pode até, ao cumprir 1/6 da pena, ser libertado. Veja os esforços dos advogados da Suzane Von Richtoffen para colocá-la em liberdade (não duvidem se ela for solta, os assassinos da filha da Glória Perez foram), vejam o Pimenta Neves, assassino confesso da Sandra Gomide, livre e solto; até os assassinos Nardonis, que foram julgados recentemente, tiveram direito de defesa... mas, para empresário, no Brasil, não tem defesa nenhuma, ele é perseguido eternamente, tudo o que tem será subtraído e que se dane ele e sua família, que também são brasileiros.
Há um caso, em Salvador, de que um funcionário, ladrão, desapareceu com o dinheiro da empresa e, na cara de pau, ainda teve a audácia de entrar na “justiça” do trabalho, querendo extorquir mais da empresa. Perdeu a ação, na primeira instância, porque foi juntado, inclusive boletim de ocorrência, da queixa à polícia, e o juiz (às vezes há bom senso) achou por bem dar razão à empresa. A sua advogada, apelou para o paternalismo ao ladrão brasileiro, disse que o ladrão era vítima de perseguição, que não roubou nada e pronto. De nada adiantou o documento formulado junto à polícia. A empresa foi condenada a pagar indenização, sem direito a falar mais nada, nunca mais.
Quem é que vai querer dar emprego, neste país, diante de tamanha realidade?
 
Você já percebeu a quantidade de partidos que utiliza-se, nas suas denominações, as palavras "trabalhista", "trabalhador" e "trabalho"? Existe melhor estratégia para correr atrás do voto?
 
Infelizmente, vivemos num mar de demagogia e hipocrisia, onde a estratégia de ser “bonzinho” para as maiorias é algo que não se pode abrir mão, uma vez que quem elege é maioria, sempre. Que se dane a honestidade, o bom senso, a Justiça, a dignidade e a coerência, o que querem e o brasileiro, enquanto eleitor mal informado.
 
Por:
 
Alamar Régis Carvalho
Analista de Sistemas, Escritor, ator, profissional de televisão.
Criador da idéia do Partido Vergonha na Cara - www.partidovergonhanacara.com
alamar@redevisao.net

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