sexta-feira, 4 de março de 2011

As chantagens dos outros e os nossos medos.


Eu gosto muito de tratar deste assunto, em meus escritos e palestras, porque sinto uma alegria enorme ao perceber que muita gente termina se libertando de um dos mais bestas sofrimentos que se instala nas pessoas, que é o sofrer por causa dos outros, principalmente parentes. Não foi atoa que eu escrevi o meu livro “Parente, uma praga na vida da gente”.
 Há um grande equívoco em muitas pessoas ao entenderem o que, realmente, significa tolerância, compreensão, bondade e paciência.
Acham que esses valores se resumem apenas em ficar aí dando uma de bonzinho, tranquilinho e evoluidinho.
Tem muita gente sofrendo de graça, por este mundo afora. Em vários momentos, durante muito tempo, eu digo alguma coisa que nunca é demais repetir:
Muitas pessoas sofrem porque, de fato, recebem algum tipo de agressão ou pressão acima das suas capacidades de suportar; algumas outras sofrem porque não sabem administrar bem os motivos que lhes atingem, mas a grande maioria mesmo, sofre porque é besta.
Se eu estou diante de uma criatura qualquer, enfrentando problemas, me disponho a ajudar, esforço-me para ajudar e me empenho em ajudar, mas a praga não se dispõe a querer ser ajudada e nem faz o menor para se ajudar e deixar ser ajudada, por quais motivos eu entraria em processo de sofrimento, por causa da infeliz?   
Se eu passo a sofrer, em situações como esta, que me desculpem aqueles que ficam nesse estado de sofrimento, mas estão sofrendo porque são bestas e são idiotas mesmo.
É isto mesmo e desta forma que quer dizer o Alamar, que alguns “evoluidinhos de araque” vivem a dizer que é agressivo.
Os remédios mais amargos são os que fazem melhores efeitos. Lembra da Benzetacil? Taí a seringa, ao lado, pra matar a saudade.
Muita gente se acha na obrigação de tolerar inferioridades dos outros, de se envolver nos problemas deles, nos desequilíbrios alheios e até nas agressões que os outros praticam.
Veja determinadas situações que eu tenho certeza de que muita gente que está lendo este escrito vai dizer: “Parece que o Alamar está falando comigo, cara a cara”.
Costumeiramente a sua casa recebe a visita de um tio, irmão, cunhado, filho ou primo que só aparece bêbado. E, por estar embriagado, fala um monte de besteiras, é inconveniente ao extremo, pratica atitudes desrespeitosas aos membros da casa, ofende e muitas vezes até agride. Não se dá conta do seu ridículo e não tem a menor preocupação com o aborrecimento que está causando aos outros.
Aí o dono ou dona da casa, sempre naquela “bondade” que quer estar investido, acha que tem obrigação de tolerar aquilo e ainda diz o seguinte: “Ihhh, eu prefiro não falar nada, para não me aborrecer mais. E o pior é que, se falar, ele ainda fica com raiva, porque não admite que ninguém fale do vício dele”.
Fica então, aquele entendimento absurdo de que o indivíduo, pelo fato de ser irmão, tio, filho ou primo tem o direito de chegar na sua casa e fazer o quer e bem entende.
O mesmo acontece em relação àquela tia, prima ou irmã que, também, se acha no direito de entrar na sua casa para fazer fofoca, falar da vida alheia, se meter na sua vida, dar opinião onde não é chamada e também, o que é chato demais, insistir em querer converter você e sua família à religião dela, ou melhor, à igreja dela, sob a argumentação de que toda a sua família está condenada e somente ela está salva. E ainda tem mais este absurdo: você tem que ir para igreja que ela freqüenta, porque nenhuma outra, no mundo, presta.
Tem também aquela mulher que é um poço de mau humor e chantagem sentimental com os entes dentro de casa, o tempo todo. Tenta impor respeito, aos filhos, pelo amedrontamento promovido pela chantagem:
“Se eu morrer, você é culpada. Você só me dá desgosto, é uma filha ingrata que não reconhece tudo o que eu fiz por você.”
“Pensa que eu não sei? Você quer é me ver num caixão. Não se incomode não, minha filha, isto não vai demorar”.
Mãe chantagista é uma das coisas mais chatas dentro de casa. Verdade seja dita: Raro é o lar que não tem uma desta.
Tem também aquele cidadão que acha que, pelo fato de comprar o cigarro com o dinheiro dele, de estar na casa dele e de ter o direito de fazer o que quer, sem dar satisfação a ninguém, fuma o seu cigarro fedorento, obrigando todos a se transformarem em fumantes indiretos, dentro de casa, sem que ninguém se atreva a falar nada. Afinal de contas, ele fuma por “esporte”, com bebe a sua cachacinha apenas “socialmente”.
É um bêbado chato, mas apenas socialmente.
O problema do relacionamento entre homem e mulher, invariavelmente leva um a sofrer por causa da inferioridade, do desequilíbrio e até da imbecilidade do outro.
É aquele caso da menina moça ou mulher madura que se envolve com uma praga de um homem ciumento, grosseiro, viciado, insensível e até frio, sob a argumentação do “eu amo ele, porque pintou aquela química, num processo burro, onde não se procura conhecer, antes, a cabeça da pessoa com a qual pretende namorar, porque os atributos físicos são os únicos relevantes. A tal da química, que está na moda. Se você procurar analisar bem quais são os componentes da tabela periódica dessa química, verá que é bunda grande, olhos bonitos, barriga tanquinho, pernas grossas, conta bancária, seios, beleza facial, etc...
Você já percebeu que essa tal química que muita gente fala, nunca aparece em relação a uma pessoa idosa, de uma determinada cor de pele e   não possuidora de riqueza material? Da mesma forma a tal “alma gêmea” e o famoso “amor” à primeira vista.
Como as pessoas adoram enganar a elas mesmas.
Depois, quando o namoro termina, fica a idiota ameaçada até de morte pelo animal violento com o qual ela resolveu se envolver, por causa da química, sem botar a porcaria da cabeça para pensar, e haja sofrimento.
Enquanto isto, continuamos a ver os noticiários de todo dia, mostrando os repetidos casos das Sandras Gomides, Mércias Nakashimas e várias outras mortas pelo desequilíbrio de muito animal irracional que existe no mundo e muitas mulheres não pensam, antes de estabelecer relações.
O homem ou a mulher que se submete a iniciar namoro ou, o que é pior, a insistir em manter relacionamento com pessoa ciumenta, possessiva e do tipo que gosta de fazer criatura humana como objeto seu, coisa sua, marionete e fantoche dos seus desequilíbrios, está assinando um atestado de imbecil a si mesmo.
Ninguém tem obrigação de tolerar inferioridade, esquisitice, ciúme, chantagem e abuso de ninguémmmmm!!!!!
Nem mesmo pais em relação a filhos e nem filhos em relação a pais.
A não ser que seja alguém que tenha tendências masoquistas.
A tolerância, a compreensão e a paciência são fatores fundamentais que toda criatura deve cultivar, todavia há limites e há aplicações distintas a cada caso.
Um pai verdadeiramente bom jamais diz SIM para tudo que um filho quer, assim como um chefe sensato jamais vive a atender todas as conveniências dos seus funcionários.
As pessoas precisam aprender e exercitar o NÃO ADMITO, NÃO PERMITO, NÃO QUERO e NÃO VOU DEIXAR.
O maior modelo que Deus já enviou à Terra, em todos os tempos, Jesus, jamais foi metido a bonzinho com ninguém e, muito pelo contrário, sempre agiu de forma enérgica em relação a hipocrisia, ao falso moralismo e aos abusos.
Por que muitos de nós queremos ter a pretensão de querer ser melhor do que Jesus?
É preciso que raciocinemos e lembremos que temos uma inteligência. Uns mais outros menos, mas temos.
Diga NÃO ao vício dos outros, que prejudica a você e a sua família. Se ele quiser permanecer no vício e se acabar, problema dele, mas não deixe que prejudique você.
Diante do parente bêbado, o dono da casa, a dona da casa e toda a família deve ter a coragem de dizer:
- “Eu não admito você entrar bêbado aqui nesta casa. Vá curtir o seu vício nojento na sua casa e seja ridículo lá. Saia daqui agora, ruaaaaa.”
Se ele e os seus parentes mais próximos ficarem com raiva depois, problema deles. Recomende, então, que leve o bêbado para as suas casas, enquanto bêbados, e que tolerem as conseqüências do seu vício incontrolável, lá, que vomite em cima de quem o defende, e seja o que quiserem.
A família deve, também, chamar a atenção da mãe chantagista, de preferência filhos e marido juntos:
- “Mãe, será que a senhora não percebeu que essa sua palhaçada e essas chantagenzinhas bobas já não colam mais? A gente já não se envolve mais, porque já sabe como é isto. Vamos ver se nos relacionamos com menos apelação desse tipo? Nós lhe amamos, mas paremos de ser bestas, viu?”
Pronto. Depois de uma bronca desta, dê um beijinho e muito carinho nela, pra ela perceber que de fato é amada, só que ninguém está mais disposto a tolerar palhaçadas.
- “Pai, nós lhe amamos e respeitamos muito, mas gostaríamos muito que o senhor nos respeitasse também e que fosse curtir esse seu cigarro fedorento lá no quintal ou na rua.”
De preferência que saia todo mundo de casa, e fique do lado de fora, perguntando: “E aí, pai, já acabou com a sua porcaria, pra gente entrar?”
Ou será que, só porque se trata do seu pai, você vai querer que o seu pulmão, como o da esquerda, da figura, seja igual ao dele, que é o da direita?
Eu já dei esta sugestão em algumas palestras, várias pessoas fizeram e deu resultado. No princípio ele fica com raiva, reage e fica querendo ostentar a sua autoridade (falo em autoridade física e corporal, não em autoridade moral), mas chega a um ponto que se incomoda muito em ver um tipo de cena daquela e termina se mancando.
Tem também a chantagem do filho, adolescente, abusado e cheio de direitos e liberdades, dos dias atuais, que faz o que quer com os pais, e os dois bestas ficam sofrendo, tendo que tolerar, com medo da língua dos outros e das ameaças que eles fazem.
- “Ah, mas eu sou mãe, e mãe é mãe.”
Sofrer por um filho que vive sendo ameaçado, usado, injustiçado, perseguido, caluniado, violentado e de fato sendo vítima de alguém é, sem dúvida, um dever de todo pai que deve envidar todos os esforços e dar até o seu sangue para protegê-lo; mas sofrer e se martirizar por um filho que procura pelos problemas, sem envolve conscientemente, é frio, insensível, inconseqüente, indiferente para com os próprios pais, abusado e teimoso em procurar pelo que não presta, é totalmente diferente.
Muitos adolescentes adoram provocar os seus pais, contrariá-los, fazer exatamente o contrário do que é recomendável, só pra pirraçar e vive o tempo todo com mau humor dentro de casa, tratando pai e mãe sempre com duas pedras nas mãos.
É diferente, gente! Tem que usar de autoridade moral e energia mesmo, não abrindo mão, em hipótese alguma dos princípios elementares que devem reger um lar. Concessões tem limites, liberdade de crianças e adolescentes, que vivem ainda sob a responsabilidade paterna tem limites, sim.  
O assunto dá margem para muita coisa a ser abordada, tem detalhes e profundidades a ser tratada em cada caso citado aqui e termina tornando o artigo grande demais. Mas o que quero que todo mundo entenda, aqui, é que ninguém é obrigado a sofrer por conta da inferioridade, da chantagem, do chilique, da palhaçada e da frescura de ninguém.
É preciso que a pessoa tome mais conhecimento e consciência de que ela é digna, é correta, é honesta e é equilibrada e não tem porque vacilar em tomar ou não tomar decisões, temendo a língua dos outros, o que os outros vão pensar e nem como os outros vão reagir. Problema deles.
Que cultivemos a Paz interior, a partir de agora, sobretudo aqueles que estão lendo este material e que, com certeza, de uma forma ou de outra, estão se identificando em algum item colocado aqui. Quem não é capaz de amar a si próprio, não pode ter capacidade nenhuma de amar ninguém, porque a lei natural da vida nos deixa claro que só podemos dar o que nós temos.
Repensemos muito a questão do relacionamento que temos com nós mesmos, para depois, com muita segurança, repensarmos a nossa relação com os outros.      
               Para a sua apreciação.
Alamar Régis Carvalho
  Analista de Sistemas e Escritor

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