quinta-feira, 8 de março de 2012

Mulher

No mundo existem diversos tipos de mulheres. Existem as que curam com a força do seu amor e as que aliviam dores com a sua compaixão. Foram exemplos Irmã Dulce, na Bahia e Madre Tereza, na Índia.
Existem mulheres que cantam o que a gente sente e as que escrevem o que a gente sente.
Há muitas mulheres glamourosas, como o foi Lady Di e mulheres maravilhosas que deixam lições eternas, como Eunice Weaver e Madame Curie.
Existem mulheres que fazem rir, e mulheres talentosas no Teatro, nas telas dos cinemas, nos palcos do Mundo.
Entre tantos tipos de mulheres existem as que não são  conhecidas ou famosas. Mulheres que deixam para trás tudo o que têm, em busca de uma vida nova. Lembramos das nossas nordestinas e sua luta constante contra a adversidade, para que os filhos sobrevivam.
Mulheres que todos os dias se encontram diante de um novo começo, que sofrem diante das injustiças das guerras e das perdas inexplicáveis, como a de um filho amado, pela tola disputa de um pedaço de terra, um território, um comando.
Mães amorosas que, mesmo sem terem pão, dão calor e oferecem os seios secos aos filhos famintos. Mulheres que se submetem a duras regras para viver.
Mulheres que se perguntam todos os dias, ante a violência de que são vítimas, qual será o seu destino, o seu amanhã.
Mulheres que trazem escritos nos sulcos da face, todos os dias de sua vida, em multiplicadas cicatrizes do tempo.
Todas são mulheres especiais. Todas, mulheres tão bonitas quanto qualquer estrela, porque lutam todos os dias para fazer do mundo um lugar melhor para se viver.
Entre essas, as que pegam dois ônibus para ir para o trabalho e mais dois para voltar. E quando chegam em casa, encontram um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.
Mulheres que vão de madrugada para a fila a fim de garantir a matrícula do filho na escola.
Mulheres empresárias que administram dezenas de funcionários de segunda a sexta e uma família todos os dias da semana.
Mulheres que voltam do supermercado segurando várias sacolas, depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.
Mulheres que levam e buscam os filhos na escola, levam os filhos para a cama, contam histórias, dão beijos e apagam a luz.
Mulheres que lecionam em troca de um pequeno salário, que fazem serviço voluntário, que colhem uvas, que operam pacientes, que lavam a roupa, servem a mesa, cozinham o feijão e trabalham atrás de um balcão.
Mulheres que criam filhos, sozinhas, que dão expediente de oito horas e ainda têm disposição para brincar com os pequenos e verificar se fizeram as lições da escola, antes de colocá-los na cama.
Mulheres que arrumam os armários, colocam flores nos vasos, fecham a cortina para o sol não desbotar os móveis, mantêm a geladeira cheia.
Mulheres que sabem onde está cada coisa, o que cada filho sente e qual o melhor remédio para dor de cotovelo do adolescente.
Podem se chamar Bruna, Carla, Teresa ou Maria. O nome não importa. O que importa é o adjetivo: mulher.
*   *   *
A tarefa da mulher é sempre a missão do amor, estendendo-se ao infinito. Tal tarefa pode ser executada no ninho doméstico, entre as paredes do lar, na empresa, na universidade, no envolvimento das ciências ou das artes.
Onde quer que se encontre a mulher, ali se deverá encontrar o amor, um raio de luz, uma pétala de flor, um aconchego, um verso, uma canção.

domingo, 4 de março de 2012

mensagem de São Francisco de Assis

O Calvário do Mestre não se constituía tão somente de secura e aspereza...

Do monte pedregoso e triste jorravam fontes de água viva que dessedentaram a alma dos séculos.

E as flores que desabrochavam no entendimento do ladrão e na angústia das mulheres de Jerusalém atravessaram o tempo, transformando-se em frutos abençoados de alegria no celeiro das nações.

Colhe as rosas do caminho no espinheiro dos testemunhos...

Entesoura as moedas invisíveis do amor no templo do coração...


Retempera o ânimo varonil, em contato com o rocio divino da gratidão e da bondade!...

Entretanto, não te detenhas. Caminha!....

É necessário ascender.

Indispensável o roteiro da elevação, com o sacrifício pessoal por norma de todos os instantes.

Lembra-te, Ele era sozinho! Sozinho anunciou e sozinho sofreu. Mas erguido, em plena solidão, no madeiro doloroso por devotamento à humanidade, converteu-se em Eterna Ressurreição.

Não temos outra diretriz senão a de sempre:

Descer auxiliando para subir com a exaltação do Senhor.

Dar tudo para receber com abundância.

Nada pedir para nosso Eu exclusivista, a fim de que possamos encontrar o glorioso NÓS da vida imortal.

Ser a concórdia para a separação.

Ser luz para as sombras, fraternidade para a destruição, ternura para o ódio, humildade para o orgulho, bênção para a maldição..

Ama sempre.

É pela graça do amor que o Mestre persiste conosco, os mendigos dos milênios derramando a claridade sublime do perdão celeste onde criamos o inferno do mal e do sofrimento.

Quando o silêncio se fizer mais pesado ao redor de teus passos, aguça os ouvidos e escuta.

A voz Dele ressoará de novo na acústica de tua alma e as grandes palavras, que os séculos não apagaram, voltarão mais nítidas ao círculo de tua esperança, para que as tuas feridas se convertam em rosas e para que o teu cansaço se transubstancie em triunfo.

O rebanho aflito e atormentado clama por refúgio e segurança.

Que será da antiga Jerusalém humana sem o bordão providencial do pastor que espreita os movimentos do céu para a defesa do aprisco?

É necessário que o lume da cruz se reacenda, que o clarão da verdade fulgure novamente, que os rumos da libertação decisiva sejam traçados.

A inteligência sem amor é o gênio infernal que arrasta os povos de agora às correntes escuras e terrificantes do abismo.

O cérebro sublimado não encontra socorro no coração embrutecido.


A cultura transviada da época em que jornadeamos, relegada à aflição ameaça todos os serviços da Boa Nova, em seus mais íntimos fundamentos.

Pavorosas ruínas fumegarão, por certo, sobre os palácios faustosos da humana grandeza, carente de humanidade, e o vento frio da desilusão soprará, de rijo, sobre os castelos mortos da dominação que, desvairada, se exibe sem cogitar dos interesses imperecíveis e supremos do espírito.

É imprescindível a ascensão.

A luz verdadeira procede do mais alto e só aquele que se instala no plano superior ainda mesmo coberto de chagas e roído de vermes, pode, com razão, aclarar a senda redentora que as gerações enganadas esqueceram. Refaz as energias exauridas e volta ao lar de nossa comunhão e de nossos pensamentos.

O trabalhador fiel persevera na luta santificante até o fim.

O farol no oceano irado é sempre uma estrela em solidão. Ilumina a estrada, buscando a lâmpada do Mestre que jamais nos faltou.

Avança.... Avancemos...

Cristo em nós, conosco, por nós e em nosso favor é o Cristianismo que precisamos reviver à frente das tempestades, de cujas trevas nascerá o esplendor do Terceiro Milênio.

Certamente, o apostolado é tudo. A tarefa transcende o quadro de nossa compreensão.

Não exijamos esclarecimentos.

Procuremos servir.

Cabe-nos apenas obedecer até que a glória Dele se entronize para sempre na alma flagelada do mundo.

Segue, pois, o amargurado caminho da paixão pelo bem divino, confiando-te ao suor incessante pela vitória final.

O Evangelho é o nosso Código Eterno.

Jesus é o nosso Mestre Imperecível.

Agora é ainda a noite que se rasga em trovões e sombras, amedrontando, vergastando, torturando, destruindo...

Todavia, Cristo reina e amanhã contemplaremos o celeste despertar.

Esta Mensagem foi psicografada por Francisco Cândido Xavier dirigida a Pietro Ubaldi, em 17 de agosto de 1951, na residência de Dr. Rômulo Joviano em Pedro Leopoldo, MG, na presença de doze pessoas, ao mesmo tempo em que, sentado à mesma mesa, Pietro Ubaldi recebia mais uma mensagem canalizada de Jesus Cristo.

Programa de TV trata dos novos arranjos familiares

A ideia moderna de família ultrapassa a imagem tradicional de um núcleo de pessoas formado por pai, mãe e filhos. Mas, será que o grande público já consegue perceber e lidar com essa evolução? Está é a discussão proposta pelo programa Novas Famílias, que estréia amanhã, às 22 horas no canal GNT.
O programa terá cinco capítulos - a serem exibidos nas próximas sextas-feiras - e vai trazer histórias que fogem do padrão e mostram a nova realidade das famílias brasileiras. Dentre os temas abordados estão guarda compartilhada, inseminação artificial e famílias recompostas. Cada edição do programa abordará mais de um caso real.
As famílias na Constituição - A Constituição Brasileira de 1988 foi a primeira Carta Magna da história do País a proteger juridicamente de maneira ampla e inclusiva todas as formas de família. No artigo 226, a Constituição exemplifica algumas formas constituídas de família, ou seja, a norma jurídica não restringe novas configurações familiares que devem ser  protegidas pelo Estado.
O advogado Paulo Lôbo, diretor nacional do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), explica que antes de 88 só eram protegidas as famílias  formadas a partir do casamento. "Até a Carta Magna não eram reconhecidas, por exemplo, famílias chefiadas por mães solteiras, o que gerava grande discriminação", afirma.
Reconhecimento social - Porém, a discriminação e o preconceito sofridos pelas entidades familiares que "fogem do padrão" estão longe de acabar. Para Lôbo, o reconhecimento social é o mais difícil de ser alcançado. "As pessoas carregam valores e têm muita resistência". Um exemplo do que ele fala são as uniões entre pessoas do mesmo sexo - uma nova forma de família - que, apesar de já serem juridicamente reconhecidas, sofrem com o preconceito.
O diretor nacional do IBDFAM garante que a iniciativa do GNT pode ajudar na redução do preconceito. "No mundo contemporâneo a mídia tem uma contribuição para a difusão de novas ideias e remodelação de valores", defende.
Fonte:  IBDFAM

SE EU MORRER ANTES DE VOCÊ

quinta-feira, 1 de março de 2012

A Síndrome de Down e Espiritismo


A síndrome de Down corresponde a uma alteração cromossômica relativamente frequente, verificada em uma para cada 500 crianças nascidas (cerca de 0,2%), acarretando deficiência mental e anomalias no desenvolvimento ósseo e de vários órgãos internos.  


A ciência explica que a síndrome é devida à presença de um cromossomo 21 a mais nas células (95% dos casos). Assim, os indivíduos comprometidos apresentam três cromossomos 21, em vez de apenas um par desses elementos. Pode, também, a anomalia, em 4% dos casos, ser decorrente de uma translocação do braço longo do cromossomo 21 para um do grupo D ou do próprio G. Finalmente, em 1% dos pacientes, os denominados mosaicos, com a mistura de células com 46 e 47 cromossomos, revelando melhor prognóstico, apresentando-se com poucos estigmas e maior inteligência. 




Em verdade, sabemos que o acaso não existe. A própria harmonia que a natureza revela é prova redundante que fatores casuais não têm expressão. O comprometimento cromossômico é resultante da presença do Espírito, irradiando um campo energético próprio, agindo, não somente na atração dos gametas sexuais, como também na intimidade do zigoto, em plena elaboração do ser embrionário. 




Como todo efeito inteligente tem sempre uma causa também inteligente, pode-se deduzir a presença, durante a fecundação, do Espírito reencarnante, ligado vibratoriamente à sua futura mãe, exercendo ação sobre o óvulo, atraindo depois o espermatozóide que lhe é afim, isto é, aquele que está sintonizado com suas expressões energéticas, dentro da faixa evolutiva em que se encontra.




Cientistas da Universidade do Texas e do Instituto Weizmann de Israel também proclamam que óvulos se comunicam com espermatozóides, enviando-lhes sinais para guiá-los até as trompas de Falópio, tornando possível a fecundação, acreditando os pesquisadores que o sinal emitido pelo óvulo é um componente do líquido que o circunda, talvez uma reação química.  




A fecundação, encontro de duas células germinativas, proporciona a formação de um ser humano, constituído por cem trilhões de células que funcionam harmonicamente, sendo que diferentes grupos celulares estão especializados no desempenho de diferentes funções, responsáveis por fenômenos bioquímicos precisos. É claro que toda essa complexidade não pode ser fruto do acaso, existindo um substrato energético, agente causal da divisão, organização e metabolismo celular, que preexiste ao corpo físico e lhe serve de campo modelador ou orientador. 




A energia espiritual, controladora por excelência, funciona como um campo organizador biológico, atuando sobre os genes e, consequentemente, na dinâmica celular. Todas as transformações físicas, químicas, orgânicas, biológicas de todas as células são orientadas e dirigidas pelo Espírito que preside a tudo, funcionando o corpo humano como um grande computador biológico. 




Assim como qualquer obra humana exige uma planta de construção, o corpo humano é formado, nas maravilhosas fases da embriologia, seguindo as determinações do molde espiritual ali presente. O corpo extrafísico é, por conseguinte, o responsável pela formação de seu envoltório somático que, situado num meio vibratório mais denso, proporciona, pela sua resistência própria, as experiências necessárias e o despertamento de potencialidades.   




A partir desse conceito, passa a ter explicação plausível a ocorrência de malformações embrionárias e de afecções congênitas complexas, de acordo com o compromisso assumido pelo ser espiritual ali presente.   




Na síndrome de Down, tanto na trissomia do cromossomo 21, quanto em sua translocação e no mosaico, a gênese do processo biológico encontra-se no fator espiritual, já que a entidade em vias de reencarnar-se necessita dessa experiência no campo físico. 




A Doutrina Espírita é rica em ensinamentos a respeito do objetivo da reencarnação. Para uns, é expiação; para outros é missão. Mesmo quando a reencarnação é expiatória, o Espírito tem sempre a oportunidade da missão, executada no meio familiar ou até mesmo, de forma mais abrangente, no plano social, ajudando-os a progredir. 




A reencarnação se constitui em um distinto instituto pedagógico, em que o ser recebe a oportunidade do crescimento evolutivo. Como diz o Espírito André Luiz: “A reencarnação é o meio, a educação divina é o fim”. Através das vidas sucessivas, o homem é outorgado pelo merecimento de seus atos, como tem deles a responsabilidade. A Lei é uma só para todos, a qual é refletida na consciência de cada um, estando todos subordinados à justiça de Deus.  




Na dimensão espiritual, quando atormentado pelas torturas morais que o afligem, decorrentes do abuso que fizera de certas faculdades, o ser anseia por uma reencarnação expiatória, onde, ligado à faixa vibratória densa da matéria, terá a possibilidade do esquecimento e, consequentemente, do resgate da falta cometida em pretérita vivência na carne. Vitorioso diante da expiação retornará à verdadeira pátria, agora não mais como algoz, mas sim como vítima, não sendo mais assediado e enredado pelo remorso anterior que parecia não ter fim, quando, envolvido pelo sofrimento, ansiava por uma oportunidade reencarnatória. 




O Espírito que renasce, no meio físico, ostentando um comprometimento físico e mental, como o da síndrome de Down, está tendo uma oportunidade ímpar de crescimento evolutivo. Embora as cadeias temporárias da carne lhe impeçam o voo, o Espírito, durante o repouso do sono, compreende a importância dessa experiência e necessita de muita compreensão, extrema atenção e incomensurável amor de todos os circunstantes, principalmente dos seus familiares e amigos.  




A Doutrina Espírita, como o “Consolador Prometido”, vem reafirmar a existência da presença reconfortante e amorosa da reencarnação, explicando a problemática das crianças com deficiências mentais, decifrando enigmas de difícil compreensão e interpretação, à luz do conhecimento materialista e religioso dogmático. 




Acima de tudo a certeza de que “DEUS É AMOR”.



            Américo Domingues Nunes Filho


CNJ afasta juiz que liberou quase R$ 1 milhão em favor de réu já falecido no Piauí


CNJ afasta juiz que liberou quase R$ 1 milhão em favor de réu já falecido no Piauí Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) decidiu afastar temporariamente das funções o juiz João Borges de Sousa Filho, responsável pela 2ª Vara Cível de Picos (PI), a 308 km de Teresina. Durante sessão realizada nesta terça-feira (28), o pleno aprovou a abertura de processo administrativo disciplinar contra o magistrado para investigar, entre outras irregularidades, a liberação de quase R$ 900 mil a um réu já falecido.
A decisão do CNJ acatou pedido de revisão feito pela promotoria de Justiça de Picos questionando decisao estadual do TJ-PI (Tribunal de Justiça do Piauí), que julgou e decidiu arquivar o processo referente ao caso. O afastamento vai durar até o final das investigações, que podem resultar em punição ao juiz.
Segundo o relator do processo no CNJ, conselheiro José Lúcio Munhoz, o juiz piauiense deferiu indevidamente duas liminares em processos cautelares de arresto, que, segundo ele, continham fraudes.
O relator citou que uma das liminares foi concedida a favor de uma pessoa já falecida, que teve a liberação de um valor de R$ 895,1 mil. Segundo o CNJ, o réu na ação já "havia falecido anos antes do próprio documento que ele teria eventualmente assinado e que fundamentava o pedido de cautelar."
Outro caso suspeito do magistrado envolve uma outra ação de arresto, com liberação de um valor de R$ 139,3 mil. Nesse caso, o réu do processo sequer foi citado.
Segundo o conselheiro federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e professor de direito criminal, Welton Roberto, ação de arresto é aquela que torna um bem indisponível. "Na hora em que um juiz dá uma liminar tirando o arresto, ele deixa o bem liberado para venda. É praticamente como um sentença, pois se o objeto da ação é o bem, e ele pode ser vendido, o que vai fazer depois para ter garantias no processo? O juiz tem de ter a cautela de, se conceder uma liminar, pedir uma substituição do bem para deixar a ação com garantia".

Fonte: UOL

Exame de DNA negativo não basta para anular registro de nascimento

Para obter êxito em ação negatória de paternidade é necessário comprovar a inexistência de vínculo genético e, além disso, de vínculo social e afetivo. Com esse entendimento, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou recurso especial interposto por homem que, após mais de 30 anos, pretendia anular os registros de nascimento das duas filhas, nos quais consta o seu nome.
O autor da ação sustentou que, após se casar, foi induzido a registrar como suas as filhas que a esposa teve com outro homem. Na época, ele não sabia que havia sido traído. Após um tempo, desconfiou da esposa, que confessou a traição.
Apesar disso, ele nunca contou às filhas que não era seu pai biológico, nem mesmo após separar-se da esposa. Depois disso, a relação de pai continuou. Quando já eram moças, ficaram sabendo que eu não era o pai delas. Eu senti muito, mas, para mim, sempre foram minhas filhas, disse o homem em depoimento.
O autor explicou que só entrou com o processo devido a uma disputa sobre bens, mas, independentemente disso, demonstrou o desejo de continuar sendo o pai do coração delas.
Estado social
Em primeira instância, a ação foi julgada improcedente em relação às duas, mesmo que uma delas não tivesse contestado o pedido. Para o juiz, embora o exame de DNA tenha oferecido resultado negativo para a paternidade, a ocorrência da paternidade socioafetiva deve ser considerada.
Na segunda instância, a decisão do juiz foi mantida. Segundo a desembargadora relatora do acórdão, sendo a filiação um estado social, comprovada a posse do estado de filhas, não se justifica a anulação do registro de nascimento. Para ela, a narrativa do próprio autor demonstra a existência de vínculo parental.
No recurso especial interposto no STJ, o autor sustentou que, apesar do reconhecimento do vínculo social e afetivo entre ele e as filhas, deveria prevalecer a verdade real, a paternidade biológica, sem a qual o registro de nascimento deveria ser anulado, pois houve vício de consentimento.
O autor citou o julgamento proferido em outro recurso especial, na Terceira Turma: A realização do exame pelo método DNA, a comprovar cientificamente a inexistência do vínculo genético, confere ao marido a possibilidade de obter, por meio de ação negatória de paternidade, a anulação do registro ocorrido com vício de consentimento.
Convivência familiar
Para o relator do recurso especial, ministro Luis Felipe Salomão, em conformidade com os princípios do Código Civil de 2002 e a Constituição Federal de 1988, o êxito em ação negatória de paternidade depende da demonstração, a um só tempo, da inexistência de origem biológica e também de que não tenha sido constituído o estado de filiação, fortemente marcado pelas relações socioafetivas e edificado na convivência familiar.
A pretensão voltada à impugnação da paternidade, continuou ele, não pode prosperar quando fundada apenas na origem genética, mas em aberto conflito com a paternidade socioafetiva.
O relator explicou que não é novo na doutrina o reconhecimento de que a negatória de paternidade, prevista no artigo 1.601 do Código Civil, submete-se a outras considerações que não a simples base da consanguinidade. Segundo ele, exames laboratoriais hoje não são, em si, suficientes para a negação de laços estabelecidos nos recônditos espaços familiares.
A paternidade atualmente deve ser considerada gênero do qual são espécies a paternidade biológica e a socioafetiva, disse Salomão. Segundo o ministro, as instâncias ordinárias julgaram corretamente o caso ao negar o pedido do autor e reconhecer a paternidade socioafetiva.
O número deste processo não é divulgado em razão de sigilo judicial.
Fonte: JusBrasil