Oliveiro Pereira da Costa, dado como morto em 2011, foi encontrado vivo em um asilo em Pescador, Minas Gerais.
Em 30 de dezembro de 2011, Oliveiro deu entrada no Hospital Municipal de Governador Valadares com traumatismo craniano e fratura na perna. Ele teria sido vítima de um atropelamento na BR-116, próximo a cidade de Engenheiro Caldas, a 48 km de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.
Em 30 de dezembro de 2011, Oliveiro deu entrada no Hospital Municipal de Governador Valadares com traumatismo craniano e fratura na perna. Ele teria sido vítima de um atropelamento na BR-116, próximo a cidade de Engenheiro Caldas, a 48 km de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.
No entanto, na mesma data, um homem que seria Oliveiro Pereira Costa
foi enterrado em Aldeia, distrito de Conselheiro Pena. Uma certidão de
óbito lavrada em Virginópolis, a 118 km de Valadares, consta que
Oliveiro está morto.
Mas em janeiro deste ano, uma assistente social do Hospital Municipal
de Valadares entrou em contato com um asilo que fica na cidade Pescador,
a 100 km de Valadares solicitando uma vaga para Oliveiro que havia tido
alta. No dia 14 de janeiro Oliveiro Pereira da Costa foi para o asilo
em Pescador.
O nosso asilo costuma receber pessoas idosas, com problemas mentais,
pessoas que não têm benefícios e geralmente o Hospital Municipal manda
pessoas para que a gente acolha. Foi assim que recebemos o seu Oliveiro,
quase em estado vegetativo, que trazia consigo apenas uma pequena bolsa
com pedaços de documentos”, conta Francesca Martins Meira Visconti,
enfermeira voluntária e uma das coordenadoras do asilo.
Oliveiro Pereira não andava, nem falava quando chegou no asilo. Através
dos pedaços da sua certidão de nascimento a enfermeira Francesca
conseguiu descobrir a cidade de origem de Oliveiro. Uma segunda via do
documento foi pedida. Mas para surpresa da presidente do asilo, Cleuma
Simara Silva, havia também uma certidão de óbito que atestava, Oliveiro
Pereira da Costa estava morto.
“O oficial do cartório nos disse que o Oliveiro havia sido velado e
enterrado no distrito de Aldeia. Alguns moradores disseram que o velório
havia sido com caixão fechado por recomendações médicas”, diz Francesca
Visconti.
Segundo a presidente do asilo, os filhos do Oliveiro foram até o asilo,
reconheceram o pai e tentaram levá-lo, mas não houve permissão. “Não
permitimos porque ele está sob nossa responsabilidade. Quando falamos
que iríamos até a polícia fazer uma ocorrência eles tentaram nos
impedir, dizendo que não havia necessidade e que o caso seria resolvido
entre eles. Nós não aceitamos e fizemos a ocorrência porque queremos
entender esse caso”, afirma Cleuma Silva.
Investigação
O boletim de ocorrência foi feito e o caso está sendo investigado pela
defensoria pública de Governador Valadares. A certidão de óbito tem como
declarante uma pessoa que seria funcionário de uma empresa de seguro de
vida. Consta também na certidão que Oliveiro deixava bens e três filhos
maiores de idade, um rapaz de 22 anos e duas mulheres de 23 e 26 anos.
“O caso está bastante confuso. Os filhos nunca mais retornaram até o
asilo e quando ligam só querem saber se vamos deixá-los levar o pai
embora. Até dinheiro nos ofereceram para deixarmos a história de lado.
Inclusive, o declarante da certidão de óbito que seria funcionário de
uma empresa de seguro de vida também nos pediu para deixarmos o caso que
eles resolveriam”, diz Francesca.
Respostas
Agora Cleuma Silva e Francesca Visconti esperam por respostas para
questões que segundo elas estão confusas. “Queremos saber o que de fato
aconteceu com seu Oliveiro já que nenhum atropelamento foi registrado
pela polícia naquele dia. Como ele foi parar no hospital? Queremos saber
também quem foi enterrado em Aldeia no dia 30 de dezembro. Tudo isso
precisa ser respondido. Enquanto isso ele fica com a gente. Aqui ele
está sendo muito bem cuidado e feliz”, afirma Cleuma.
As duas filhas de Oliveiro estão em Belo Horizonte e o filho em Aldeia.
Eles não quiseram falar sobre o caso. Um exumação do corpo enterrado em
Aldeia deve ser pedida na próxima semana.
Fonte: G1
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